Wednesday, December 14, 2011

In We Trust we trust


Quando eu li esse texto aqui no Ípsilon tive uma súbita necessidade de ouvir essa música.

Há muito longe de portugal, não posso dizer que sou fã da música pop portuguesa. Não sou. Gosto de Ornatos. Ponto. Mas qualquer ser humano que ama Nick Drake, Air, Stereolab e Sufjan Stevens só pode ser minha alma gêmea musical. Isso era tudo o que eu ouvia, repetidamente, no trem, voltando do Porto pra Aveiro, achando que nunca, NUNCA, ia acabar a tese de mestrado e fazer qualquer coisa da vida que me desse uma remuneração decente.
Essa fase passou, por isso dá saudade. Por isso, enquanto eu ia lendo o texto ia me corroendo (de raiva de não saber/conseguir escrever assim sobre uma das minhas maiores paixões que é a música) e de vontade de ouvir. E ouvi. E parecia o Porto de novo.

Monday, March 21, 2011

Procrastinando, sempre procrastinando

Há mais ou menos três meses eu voltei pra Belém, minha cidade natal. Explicando melhor, terminei o mestrado em Portugal, não arrumei nenhum emprego decente – tá, não arrumei nenhum emprego que me pagasse – em Portugal e voltei pra Belém. A volta pra casa suscitou muitas coisas, entre as quais a vontade de voltar a escrever aqui. Porém, como quase tudo aquilo referente à minha vida pessoal, procrastinei até hoje, quando encontrei o caderno velho e amassado que carreguei na bolsa o ano passado inteirinho e que continha o post de hoje que eu queria ter postado há três meses e que inauguraria a minha volta ao blog – e à cidade:


(Tudo mentira, na verdade eu sabia muito bem onde estava o caderno, tinha era preguiça de voltar a postar e assumir um compromisso e uma nova aliança com os incontáveis leitores desse blog. Ok, não. Não há incontáveis leitores nesse blog. Enfim.)


O texto:


Pouca roupa, pouca roupa, pouca roupa. Palavra de ordem na volta pra casa. O taxista aumenta o volume do rádio quando vê que eu cantarolo Desculpe o Auê, da Rita Lee. Engata numa conversa sobre como o Brasil tá melhorando e como a polícia invadiu o morro do Alemão e “prendeu tudo quanto foi bandido”, nas palavras dele. No aeroporto de Guarulhos uma Vogue custa quarenta unidades monetárias. Banheiros não muito confiáveis. O vôo atrasadão. Srta Suellem Silvany da Silva chamada 350 vezes pra a última chamada do vôo que tá embarcando no portão 1B. Enquanto isso, na sala de embarque, em frente ao portão 3 a senhora do meu lado, que provavelmente entraria no mesmo vôo pra Belém que eu, tira os sapatos e, exibindo as unhas vermelhas com o esmalte meio carcomido, descansa os pés em cima da gigantesca bagagem de mão. Em casa, chegando em casa.


E isso tudo aconteceu mesmo. Tipo um sinal do acaso de “welcome home bitch”.