Sunday, January 06, 2013

Retrô


Há tanto tempo sem entrar aqui, gigante é a minha surpresa quando descubro que ainda existem algumas reles cinco visitas por dia! Amigos distantes e familiares stalkers, com certeza, mas tudo bem. Meu ego não resistiu à tentação de fazer, com alguns dias de atraso, é verdade, uma breve retrospectiva da vida. Afinal de contas, blogs são basicamente sobre o ego né? A quem se quer enganar...

Relendo os posts antigos daqui eu me deparei com as minhas conclusões de final de ano em 2008. 

Pois hoje chego à conclusão que 2012 foi um ano igualmente dividido como 2008. A começar pelo amor. Não foi separação, foi só divisão mesmo. De corpos, de projetos, de convivência. Ele do lado de lá do oceano, e eu do lado de cá, esperando o ano novo. 

Além disso 2012 foi um ano igualzinho a 2008 em termos de mudanças/não mudanças. Continuo trabalhando com quase a mesma coisa, mas em um trabalho completamente diferente. Continuo morando na mesma cidade, mas pra mim parece uma cidade cada dia mais diferente. Mais suja, mais bagunçada,mais desarrumada. Mas também mais cheia de promessas, de coisas por fazer e por mudar. De coisas por transformar e pra criar. 

2008 também foi o primeiro ano em que eu viajei com meu próprio dinheiro, naquela altura, uma reunião de economias de mesada e presentes de aniversários. Esse ano, a experiência se repetiu, mas foi novidade de novo, dessa vez com dinheiro fruto de dois anos de muito trabalho. 

Assim como 2008, 2012 foi um ano muito especial para os amigos. Ganhei muitos e bons - Lu, Vini, Didi 1, Didi 2,  Bruaca, Renato, Manu, Renata, Sâmia - perdi alguns também, é verdade, mas aprendi em 2012, também, que as perdas não valem à pena nomear.

Se 2013 for igual a 2009 vai ser de muito desafio, e de estabilidade. Mas nisso, quero fazer diferente. Agora que me acostumei com a novidade, a única estabilidade que eu quero é do amor e da amizade. Em 2013 quero ser uma pessoa melhor. Esse ano fui muito boa comigo. Em 2013 quero ser melhor com os outros, ouvir mais ajudar mais, compartilhar mais, muito mais do que posts no facebook. 

Para fraseando Alex Castro, quero ser melhor em 2013. Em algum lugar ele disse que "você não é uma pessoa boa que tem péssima memória e é muito distraída. sua péssima memória e sua extrema distração são sintomas de seu profundo desinteresse por tudo que não diga respeito a você." 

Em 2013 eu quero lembrar mais e prestar mais atenção nos outros. Espero que seja mais fácil do que parece. 

Wednesday, December 14, 2011

In We Trust we trust


Quando eu li esse texto aqui no Ípsilon tive uma súbita necessidade de ouvir essa música.

Há muito longe de portugal, não posso dizer que sou fã da música pop portuguesa. Não sou. Gosto de Ornatos. Ponto. Mas qualquer ser humano que ama Nick Drake, Air, Stereolab e Sufjan Stevens só pode ser minha alma gêmea musical. Isso era tudo o que eu ouvia, repetidamente, no trem, voltando do Porto pra Aveiro, achando que nunca, NUNCA, ia acabar a tese de mestrado e fazer qualquer coisa da vida que me desse uma remuneração decente.
Essa fase passou, por isso dá saudade. Por isso, enquanto eu ia lendo o texto ia me corroendo (de raiva de não saber/conseguir escrever assim sobre uma das minhas maiores paixões que é a música) e de vontade de ouvir. E ouvi. E parecia o Porto de novo.

Monday, March 21, 2011

Procrastinando, sempre procrastinando

Há mais ou menos três meses eu voltei pra Belém, minha cidade natal. Explicando melhor, terminei o mestrado em Portugal, não arrumei nenhum emprego decente – tá, não arrumei nenhum emprego que me pagasse – em Portugal e voltei pra Belém. A volta pra casa suscitou muitas coisas, entre as quais a vontade de voltar a escrever aqui. Porém, como quase tudo aquilo referente à minha vida pessoal, procrastinei até hoje, quando encontrei o caderno velho e amassado que carreguei na bolsa o ano passado inteirinho e que continha o post de hoje que eu queria ter postado há três meses e que inauguraria a minha volta ao blog – e à cidade:


(Tudo mentira, na verdade eu sabia muito bem onde estava o caderno, tinha era preguiça de voltar a postar e assumir um compromisso e uma nova aliança com os incontáveis leitores desse blog. Ok, não. Não há incontáveis leitores nesse blog. Enfim.)


O texto:


Pouca roupa, pouca roupa, pouca roupa. Palavra de ordem na volta pra casa. O taxista aumenta o volume do rádio quando vê que eu cantarolo Desculpe o Auê, da Rita Lee. Engata numa conversa sobre como o Brasil tá melhorando e como a polícia invadiu o morro do Alemão e “prendeu tudo quanto foi bandido”, nas palavras dele. No aeroporto de Guarulhos uma Vogue custa quarenta unidades monetárias. Banheiros não muito confiáveis. O vôo atrasadão. Srta Suellem Silvany da Silva chamada 350 vezes pra a última chamada do vôo que tá embarcando no portão 1B. Enquanto isso, na sala de embarque, em frente ao portão 3 a senhora do meu lado, que provavelmente entraria no mesmo vôo pra Belém que eu, tira os sapatos e, exibindo as unhas vermelhas com o esmalte meio carcomido, descansa os pés em cima da gigantesca bagagem de mão. Em casa, chegando em casa.


E isso tudo aconteceu mesmo. Tipo um sinal do acaso de “welcome home bitch”.

Monday, March 08, 2010

Essas pessoas

Eu não quis ser jornalista a vida inteira. O jornalismo não era o que eu imaginava pra mim quando eu era criança. Eu quis ser enfermeira, eu quis ser atriz – obviamente – eu quis ser baterista, eu quis ser bailarina, eu quis ser historiadora. Eu quis muita coisa antes de querer ser jornalista. Na verdade eu só fui querer ser jornalista depois de já estar na faculdade e ter começado a trabalhar. Ai eu descobri o porquê de querer ser jornalista.
Eu gosto de escrever, e a minha escrita tem o mínimo de qualidade que a escrita de um jornalista precisa ter, ainda que não seja um gênio da narrativa. Eu me expresso bem, não sou muito tímida – aham NOVA –, tenho alguma criatividade e definitivamente (só)gosto de trabalhar sob pressão. Eu me considero uma boa jornalista, mas esses não são OS motivos que fazem gostar de jornalismo.
Na faculdade peguei gosto, até demais, pela teoria, pela pesquisa, e nos últimos anos eu deixei a pratica um pouco de lado. Mudei pra Coimbra, terminei a faculdade, engatei no mestrado. Quando deixei de ter aulas durante o dia passei um bom tempo procurando emprego na área. Não consegui, acoisatapegando. No entanto, a mais ou menos uns 4 meses arranjei um estágio no Diário de Aveiro pra manter alguma rotina. Jornal pequeno pra o que eu tava acostumada em Belém. Redação pequena, cidade pequena, trabalhos menores.
Nos últimos meses o tempo que eu precisava dedicar pro mestrado aumentou, me perguntei varias vezes se valia a pena preterir a produção da tese por um estágio que não me pagava nada e, depois de mais ou menos uns dois meses, já não me apresentava nada de novo. Decidi sair. Muito trabalho no mestrado era o peso maior na balança. Há uma semana tive meu ultimo dia de trabalho, oficialmente, digamos. E como que, por ironia, eu (re)descobri o motivo de gostar do jornalismo.
Meu ultimo trabalho foi cobrir uma sessão de esclarecimento sobre riscos na internet, pra cerca de 40 alunos duma escola secundaria de Aveiro. Trabalho rápido. 700 toques. Era ir lá mais pra fazer a foto e pegar umas aspas. E aí que eu pedi pra professora Mariazinha: “me arranja três alunos pra eu entrevistar? Coisa rápida, só umas linhas. Aí a senhora traz eles da platéia um por um pra não atrapalhar, pq eu tenho outra coisa pra fazer e não posso demorar. Ok?”. A professora mariazinha olhou pra mim e disse: “ok, eu vou chamar o Tiago, que é muito bom, tb vou chamar o zé e a Tânia. Na verdade, a senhora sabe, todos eles são muito bons. Mas também eu sou suspeita né... Sabe, eles são os meus meninos e são meus a há tantos anos que eu sou muito suspeita pra escolher o melhor deles, mas eu vou tentar. Vamos ver...” e saiu andado em direção à plateia.
A mulher me disse aquilo com uma felicidade e uma alegria tão grandes como se eu tivesse pedido à Meryl Streep pra escolher o melhor Oscar na prateleira, ou ao Capote o melhor livro, ou ao Fellini o melhor filme. E isso me tocou mais do que muitas pessoas que eu entrevistei. Tive vontade de mudar todo o foco, esquecer a merda da sessão e falar sobre o amor daquela professora por aqueles “miúdos” e foi assim que eu lembrei porque eu gosto tanto do jornalismo. Por causa das pessoas. Por que as pessoas são sempre imprevisíveis e surpreendentes e as menores coisas são sempre, sempre interessantes. Não interessa o lugar, o tamanho da redação, a “importância” do trabalho. São as pessoas. As pessoas é que me interessam. As pessoas que são do caralho. O resto é acessório.
E eu lembrei disso hoje. Pra lembrar que eu tenho pra onde voltar quando essa etapa a acabar.

Saturday, January 23, 2010

Eu sempre volto no começo do ano.

Bem, a viagem a Belém, ao Rio de Janeiro e ao Chile rendeu muitas resoluções de ano novo, descobertas e algumas novas paixões.
A ida a Belém rendeu muita tristeza na volta. Pela primeira vez eu realmente não quis deixar a mangueirosa para trás. Razão? Sabe Deus. Para além, claro, do óbvio amigos-família-comidas que eu sempre sinto falta e que sempre me custa muito deixar, a cidade não parece estar especialmente bem cuidada (seria redundante aqui qualquer crítica ao amigo Dudu ou à (des)governadora, sem falar que já virou cliché…), ou com algum atrativo gritante à razão de qualquer pessoa. Muito pelo contrário… o trânsito, o calor, a sujeira e a sacanagem continuam, e no entanto, it cought my heart this time. I’m home sick.

Já a ida ligeira ao Rio de Janeiro, só pra dar uma olhada nos fogos, comer uma picanha e pegar um bronze (NOT) rendeu muitas boas lembranças de que aquela cidade continua sendo sempre maravilhosa e que o carioooaaca continua teendo o sutaqui mais bunitu do brasiu. If you know what I mean. Fora isso – muita cebola no Outback é que é meu forte mesmo – e a praia tava boa, apesar de sempre lotada e, dessa vez, excessivamente (des)ordenada

A ida ao Chile foi que rendeu muitas novas paixões. Pelo javali, pela América Latina e pelo Pablo Neruda. Não tanto pela poesia que eu nem sou muito de poesia, mas por ele mesmo que tinha a casa mais divertida de todas e que colecionava mais coisas do que eu, o que fez com que eu não me sentisse tão anormal assim. Na verdade a ida ao Chile rendeu muito mais do que isso, porém, detalhes ficam para outro dia, porque eu já cheguei em casa há mais de uma semana e só hoje é que consegui, de facto, desfazer as malas e o coração.

Wednesday, October 21, 2009

Volta, algum trabalho, Paris e breakfast

A minha mãe sempre diz que quando a gente quer que alguma coisa seja feita rápido é só pedir pra alguém que tem muito o que fazer. Como mãe tem sempre razão, e não podia deixar de ser, a minha mais uma vez comprova que também tem. Depois de muito tempo de reflexão sobre essa vida de meu deus, algumas aulas e horas de ócio, aqui estou.

Eu nem vou comentar do abandono cíclico (tipo ãn?) que esse blogue sofre na minha mão, coitado. Mas vou apenas explicar que eu tô voltando porque eu quero e porque sim. E explico também que essa volta se dá devido ao fato de ter entrado num estágio novo e ter começado a dissertação do mestrado, o que tem me dado muito o que fazer, daí o primeiro parágrafo. Daí dar toda a razão pra minha mãe. Agora que tenho um pouco mais o que fazer da vida tenho vontade e pique pra fazer mais coisas.

E nessa volta marota à vida de redação também tenho tido mais tempo pros meus feeds resultado do fato de aproveitar melhor o dia. Tenho tido mais tempo pra ler, reorganizar, encontrar coisas novas e reencontrar velhas. E aí que ultimamente um dos blogues que eu voltei a acompanhar e mais tenho amado nessa vida é o Paris Breakfasts. É a coisa mais linda.

A autora, Carol Gillot, é uma pintora talentosíssima que junta duas coisas que eu amo: comida e viagens. Quer dizer, ela só tem uma viagem: Paris e os seu petit déjeuners. Ela mora em NY mas passa o maior tempo possível em Paris, observando, fotografando e pintando os cafés. As suas fachadas, as vitrines, as comidinhas, as xícaras de café, de chocolate, de leite. Nem todos os posts são sobre o trabalho dela, ela também coloca moda, comportamento e observaçõeszinhas muito interessantes pelo meio. É lindo!

E além de ser lindo é o tipo do blogue que me faz lembrar todos os dias como eu amo aquela cidade. Nem todos os posts são iguais, mas em todos eles tem um pedacinho de Paris pra sentir saudade ou pra conhecer um pouco. É também é ótimo pra motivar a gente a trabalhar! Pra ficar olhando e pensando vou ser bem ryca pra passar phynos 15 dias de férias lá todos os anos! Amo e recomendo, em doses diárias, o ParisBreakfasts.



Por hoje é isso. Vou tentar manter o ritmo.


Friday, May 15, 2009

O que N.Y e Espinho têm em comum?

- Espinho e Nova Iorque são as únicas cidades no mundo organizadas em quarteirões.
- Sério?
- Sério...
- Eh pá, que fixe...

Ouvi hoje no trem Porto - Aveiro (eu e o meu talento para apanhar conversas bizarras). Não sei bem se é verdade, mas também não me interessa muito. O que me intriga é o tão grande orgulho nortenho a ponto de encontrar tal semelhança. Estou convencida de que o tetra cá de cima também tem muito a ver com auto-estima.
Não venha forte que... hum, deixa pra lá.