Thursday, April 12, 2007

Devaneios

É tão legal brincar de casinha. Toda vez que eu vou ao supermercado fico doida pra que a casa fique suja pra eu poder limpá-la com meus novos produtos de limpeza ! *
Bem, mas eu descobri um bom aspecto de ter que cuidar sozinha da casa: gasto todos os meus impulsos consumistas no supermercado, e assim sobra mais dinheiro pras farras, pro cinema, enfim…
O lado ruim de morar sozinha, além de jantar sempre em frente à tv e perder a conta de quanto comi ou babar toda a minha blusa, é que eu peguei a terrível mania de falar sozinha. Eu já tenho um lado meio esquizofrênico, um comportamento um tanto quanto expansivo, e agora ainda por cima falo com as paredes! Isso é péssimo. A réplica: ok já que eu moro sozinha isso não é um problema, considerando que ninguém além de EU mesma sabe disso. Hã-Hã. Errado. A tréplica: eu agora dei pra falar sozinha na rua também. Isso mesmo, juro.
Pra me fazer companhia nas tradicionais idas ao supermercado, à estação, ao shoppping, ou a qualquer lugar eu levo meu fiel escudeiro Ipod, e com ele no volume máximo esqueço que tô no meio da rua e de vez em quando solto uns diálogos comigo mesma.
E depois ainda me pergunto: porque é tão difícil fazer amigos numa cidade desconhecida?
Dã. Explicado.

*Isso faz parte de um surto pós-adolescente-pré-independente, decorrente da falta de Cleide. (A Cleide era a empregada lá de casa. )

Tuesday, April 10, 2007

Bem, vamos ver até quando vai durar o meu retorno ao mundo dos blogs.
Duvido um pouco que vingue, mas enfim, é por uma boa causa, afinal de contas, em pouco tempo devo me cansar de conversar com as paredes de casa, que, por sinal, não são muitas.
Tá, só pra atualizar: esta que vos escreve com sotaque de português (claro que não dá pra perceber ainda, mas estou praticando) há pouco deixou as terras tupiniquins para aventurar-se nos estudos da comunicação social nas terras de além mar. Agora além de vocês meus caros, até os portugueses vão ter que me aguentar. Mas é claro que só pega praqueles que perdem tempo lendo esse negócio aqui, onde eu provavelmente despejarei todas as minhas frustrações com o velho muno. E as alegrias também, afinal, navegar é preciso meu bem, e isso deve ter um lado bom.

Pra já ficam algumas primeiras e curiosas impressões:
1- É fácil entender o que eles falam, mas não experimente sentar numa mesa com vários portugueses falando ao mesmo tempo. Acreditem, isso me deixou um pouco tonta das primeiras vezes.
2- É por demais complicado escrever como eles. O "facto" é que de "facto" existem muito mais palavras com uma letra c no meio do que eu poderia imaginar. Outro "fenómeno" são os acentos agudos. Eles podem estar nos lugares que você menos espera.
3- Eles sabem muito mais piadas de brasileiro do que nós sabemos de portugueses. Bom, pelo menos eu…
4- Eles não dão beijinhos no rosto de quem acabam de conhecer. A não ser que você seja um grande amigo de um grande amigo eles vão passar uma semana dando tchauzinhos. Os beijinhos são pros íntimos tá?
5- Eles têm bem mais consciência do resto do mundo do que os americanos. Não, eles não acham que a capital do Brasil é Buenos Aires, eles não acham que por Belém ficar na Amazônia eu me locomova de cipó, e eles não achavam que o meu bichinho de estimação era um jacaré. Eles só achavam que eu tinha alguns índios como vizinhos, mas até que isso não é um absurdo muito grande.