Monday, March 21, 2011

Procrastinando, sempre procrastinando

Há mais ou menos três meses eu voltei pra Belém, minha cidade natal. Explicando melhor, terminei o mestrado em Portugal, não arrumei nenhum emprego decente – tá, não arrumei nenhum emprego que me pagasse – em Portugal e voltei pra Belém. A volta pra casa suscitou muitas coisas, entre as quais a vontade de voltar a escrever aqui. Porém, como quase tudo aquilo referente à minha vida pessoal, procrastinei até hoje, quando encontrei o caderno velho e amassado que carreguei na bolsa o ano passado inteirinho e que continha o post de hoje que eu queria ter postado há três meses e que inauguraria a minha volta ao blog – e à cidade:


(Tudo mentira, na verdade eu sabia muito bem onde estava o caderno, tinha era preguiça de voltar a postar e assumir um compromisso e uma nova aliança com os incontáveis leitores desse blog. Ok, não. Não há incontáveis leitores nesse blog. Enfim.)


O texto:


Pouca roupa, pouca roupa, pouca roupa. Palavra de ordem na volta pra casa. O taxista aumenta o volume do rádio quando vê que eu cantarolo Desculpe o Auê, da Rita Lee. Engata numa conversa sobre como o Brasil tá melhorando e como a polícia invadiu o morro do Alemão e “prendeu tudo quanto foi bandido”, nas palavras dele. No aeroporto de Guarulhos uma Vogue custa quarenta unidades monetárias. Banheiros não muito confiáveis. O vôo atrasadão. Srta Suellem Silvany da Silva chamada 350 vezes pra a última chamada do vôo que tá embarcando no portão 1B. Enquanto isso, na sala de embarque, em frente ao portão 3 a senhora do meu lado, que provavelmente entraria no mesmo vôo pra Belém que eu, tira os sapatos e, exibindo as unhas vermelhas com o esmalte meio carcomido, descansa os pés em cima da gigantesca bagagem de mão. Em casa, chegando em casa.


E isso tudo aconteceu mesmo. Tipo um sinal do acaso de “welcome home bitch”.

1 comment:

Lígia Chiari said...

a vogue custava 40 reais sys? não era vogue brasil com certeza né?